Título Original: Ten Things We Did (and probably shouldn't have)
Editora: Galera Record
Autora: Sarah Mlynowski
Páginas: 336
Sinopse:
Se tivesse a oportunidade, que adolescente de 16 anos não mergulharia de cabeça na chance de ir morar com um amigo e viver sem os pais? Nesta engraçadíssima história, Sarah Mlynowski investiga o coração e a mente de uma garota que está, pela primeira vez, por conta própria. Para chegar ao fim do ano, ela precisará fazer malabarismos com um triângulo amoroso, aprender a lavar roupa e aceitar que seu mundinho pode estar prestes a ser detonado… por cada coisa que não deveria ter feito.
--------------
Lembro-me perfeitamente como conheci esse livro e o motivo de ter me atraído tanto por ele. Estava companhando as resenhas da Bia, no Pepper Lipstick quando me deparei com esse livro. Uma história que me pareceu divertida e o sonho de qualquer adolescente. Somando isso à capa (adorei os elementos misturados e perdidos e as fontes diversas), pronto, tinha mais um livro na lista de desejos.
Mais uma vez a Bienal veio para me salvar e eu comprei o livro. Acontece que, como eu tinha dito, prometi a mim mesmo que não leria os livros da Bienal tão cedo - parece que não estou cumprindo isso muito bem, mas fazer o que - então me embrenhei nos meus romances. Acontece que depois de ler vários romances, decidi que estava na hora de ler algo diferente e, como não queria uma distopia, optei pela comédia leve de 10 Coisas Que Nós Fizemos.
Sarah Mlynowski está de parabéns! Entrou na mente de uma adolescente de 16 anos e expôs as mais diversas e constrangedoras e incríveis situações. A história é do jeito como eu tinha imaginado: leve, com piadas perdidas aqui e ali e cenas divertidas e deliciosas de se ler. Acompanhando a vida de April eu pude perceber o quão parecido com ela eu sou... afinal, e também sinto vontade de imitar sereias depois de beber vinho. (ou antes de beber também, talvez)
"Eu ainda não estava ciente do poder dos drinques com vinho. Claro, tinham gosto de limonada, mas antes que se desse conta você poderia estar na areia imitando sereias. (...) Sim, eu fui a única a rolar na areia declarando ser uma sereia."
Acho que fica vacilante a escolha das tais "dez coisas", confesso que esperava coisas mais loucas e que pudessem gerar mais problemas e consequências mais graves no futuro, mas ainda assim me agrada. A peculiaridade do livro fica pela organização em apenas 10 capítulos (!). Calma, isso não significa capítulos imensos que te dão cansaço ou que te impedem de parar de ler no meio... são 10 capítulos (as dez coisas) que englobam diversos sub-capítulos (se é que posso chamar assim) curtos de uma ou duas páginas, em média.
Outro fato à se apontar: a constante presença do sexo! E não deveria e nem poderia ser diferente... lembremos que estamos falando de adolescentes de 16 anos que estão morando sozinhas! Aleluia uma autora que não nega os hormônios à flor da pele, muito pelo contrário, explora (e muito) isso.
"Se precisa estar num relacionamento, que ele ao menos lhe proporcione sexo."
E enquanto seguimos a história vemos quanto April e suas amigas amadurecem e isso acaba se tornando claro não só na história como na escrita também. Se no inicio temos brincadeiras e gírias e palavrões, em determinada parte a crise existencial e a confusão (mais uma vez hormônios) tomam conta da personagem. Mas nem de longe o livro se torna melancólico ou qualquer coisa do tipo. Como disse, um livro completamente delicioso e leve. Uma história bem louca com um final estranho e rápido (único motivo de não ter levado 5 x).
"- Sabe, April - disse ele -, às vezes você não precisa do raio para começar uma fogueira. Às vezes ela começa sozinha"
