[LIVRO] A Escolha

Título: A Escolha
Título Original: The Choice
Editora: Novo Conceito
Autor: Nicholas Sparks
Páginas: 304

Sinopse:

Travis Parker possui tudo o que um homem poderia ter: a profissão que desejava, amigos leais, e uma linda casa beira-mar na pequena cidade de Beaufort, Carolina do Norte. Com uma vida boa, seus relacionamentos amorosos são apenas passageiros e para ele, isso é o suficiente. Até o dia em que sua nova vizinha, Gabby, aparece na porta. Apesar de suas tentativas de ser gentil, a ruiva atraente parece ter raiva dele. Ainda sim, Travis não consegue evitar se engraçar com Gabby e seus esforços persistentes o levam a uma jornada que ninguém poderia prever. Abrangendo os anos agitados do primeiro amor, casamento e família, A Escolha nos faz confrontar a questão mais cruel de todas: Até onde você iria manter o amor de sua vida?
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Nossa, quanto tempo sem ler e me deixar destroçar por Sparks e suas mortes. Foi bom voltar e mais ainda, foi bom voltar com "A Escolha". Mesmo que o último livro do Sparks que eu tenha lido fosse "O Melhor De Mim", depois de "Um Homem de Sorte", passei a ter um pé atrás com todas as suas histórias. E esse foi o caso de "A Escolha"; vítima de um medo de me decepcionar e perder o encanto pelo autor. Mas acontece que os elogios que eu ouvi eram verdadeiros e o livro não decepcionou nem um pouco.

Os livros do Sparks criaram um certo padrão (não concordo com o que dizem de todas as histórias serem iguais, é outro padrão que eu tô falando): todos eles possuem spoilers e indicações bruscas do final (as vezes até mesmo o final!), já no prólogo. Tudo bem que isso sempre foi uma marca registrada do autor, mas esses spoilers se tornaram mais sutis e eu não sei se gosto dessa sutileza de spoilers ou se prefiro as informações mais escrachadas, como em "Querido John" e "Um Amor Para Recordar".

"Tudo o que sei é que me apaixonei por você, e nunca tive tanto medo de alguma coisa na minha vida antes."

Me surpreendi ao achar um ou outro erro. Acontece que ambas as editoras (Novo Conceito e Arqueiro) dão bastante atenção ao refinamento dos livros do Sparks e são raras as vezes que um ou outro problema aparece. Mas tais erros foram minúsculos e não prejudicam a leitura ou sequer são notados.

Se tem uma coisa que eu odeio em livros são capítulos gigantes e eu reclamo horrores quando o livro tem capítulos de 30/35 páginas e em certa parte do capítulo, o autor perde a noção de informação e começa a acrescentar coisas apenas para encher capítulo. Não me agrada e creio que à grande maioria também não. E se isso ocorre com frequência com outros autores, não posso dizer o mesmo de Sparks. Capítulos grandes de 40 páginas ou mais que passam diante dos seus olhos como se fossem meras 10 páginas. Isso se deve à escrita dinâmica e envolvente (que eu não canso de elogiar) do Nicholas.

Quanto aos personagens, pela primeira vez (pelo menos entre os livros que eu li do autor) temos um casal de protagonistas que não são inseguros ou que sofrem por algo que, na vida real, seria de fácil resolução. Gabby e Travis são fortes e de personalidades bastante maduras. Além dos dois, Sparks nos presenteia com Stephanie. A irmã maluca de Travis que nos faz rir, chorar e sentir saudades por sua participação ser pequena.

"Jesus dizia: bem-aventurados os preguiçosos que ficam deitados em barcos, pois eles herdarão um bronzeado!"                       

O livro corre leve e por vezes você até esquece que seja uma obra de Sparks (cadê a tragédia? cadê o drama? como assim vai dar tudo certo?), mas aí chega o momento em que você leva um golpe e beija o chão. Pronto, acabou de ser lembrado qual livro você está lendo e de quem é aquilo tudo. 

Lógico que mais uma vez Sparks destrói nossos corações. Uma história de amor diferente das outras que ele escreveu, com situações mais maduras, personagens mais fortes, dilemas menos juvenis, um título totalmente explicável ao decorrer da história (diferente de alguns livros que o título aparece de repente na história, apenas para poder dar sentido), mas com um final um tanto normal...

Senti a necessidade de explicações para certas coisas, que não vieram e nos deixam curiosos (sou o tipo de leitor que gosta de saber o final de todo e qualquer personagem secundário que possa vir a ser legal - leia Stephanie). Achei que o final acabou fraco aos padrões Sparks e previsível. Minha reclamação não fica ao que ocorreu e sim à como ocorreu.

Leva 4 pelo final que poderia ter sido trabalhado de forma mais leve, como todo o resto do livro foi.